No cenário exponencial e de grandes transformações digitais na sociedade, a alfabetização em dados é essencial para o presente e o futuro das pessoas.
A alfabetização em dados, ou literacia em dados, ou ainda letramento em dados, é a capacidade de explorar, entender e se comunicar com dados de forma significativa.
Ainda que isso possa acontecer em diversos níveis diferentes, o domínio dos dados para gerar, analisar, visualizar e comunicar informações a partir dos dados, é algo necessário a toda sociedade. Independente da área de atuação, formação ou mesmo função social, a alfabetização em dados permite uma compreensão maior do todo, incluindo uso de novas tecnologias ou mesmo ampliando seus estudos ou capacidade profissional
No âmbito corporativo, as empresas, precisam construir uma cultura de dados forte e estratégica para que consigam obter vantagem competitiva. Porém esse processo somente irá acontecer, se os colaboradores ampliarem sua fluência em dados, desenvolvendo habilidades relacionadas ao processo de literacia em dados.
Essas habilidades envolvem questões técnicas como matemática, análise estatística, elaboração de visualização das informações, linguagens de programação e softwares de desenvolvimento. Porém são necessárias também habilidades não técnicas como pensamento crítico, pesquisa, comunicação entre outras.
Uma pessoa alfabetizada em dados pode interpretar dados de forma mais assertiva, extrair informações e insights valiosos, para resolver problemas ou situações do dia a dia, da família e no trabalho.
Literacia em dados envolve comunicação
Literacia em dados envolve também potencializar a comunicação. Além dos profissionais comunicarem as descobertas, traduzindo e orientando ações a partir das análises realizadas, também podem compartilhar essas descobertas com outras pessoas. Assim facilitando a compreensão e a aplicação das informações obtidas. Por exemplo, uma análise de dados pode orientar a otimização de processos de produção. Pode ainda indicar melhorias de estratégias de marketing ou a implementação de políticas públicas mais eficazes.
Um dos benefícios de ampliar a alfabetização em dados, é poder compreender melhor as informações, assim, tomando decisões orientadas a dados, evitando arriscar situações perigosas ou mesmo prejudiciais. As habilidades relacionadas, estão interligadas com a capacidade em identificar desinformação e ampliar a segurança e proteção dos dados pessoais.
Há grandes desafios para a alfabetização em dados, onde podemos listar a resistência à mudança, falta de compreensão da velocidade das transformações que estão ocorrendo e principalmente a aplicação dos dados em nosso cotidiano, pessoal ou profissional.
Desafios na alfabetização em dados
Nas empresas, é crucial superar barreiras como o medo de que o acesso ampliado aos dados por mais colaboradores comprometa a segurança e a governança. Executivos da geração pré-dados, acostumados a tomar decisões baseadas na intuição (memória pessoal e profissional), podem resistir às novas formas de obtenção de informações, que exigem modelos de gestão mais transparentes. Outra barreira é achar que essa área de dados deve ser de responsabilidade das equipes de TI.
Sendo que na verdade, hoje, todos devem possuir conhecimentos de operação de ferramentas de análise e visualização de dados, disponíveis em diversas plataformas, modelos, pagas, gratuitas e que possuem fácil curva de aprendizagem, guiada em muitos casos por inteligência artificial.
Alfabetizar pessoas é um processo acelerado no início, principalmente na infância, e depois aprimorado ao longo do tempo. Isso vale também para os temas relacionados a dados. Inicialmente precisamos acelerar as habilidades nas ferramentas de análise e visualização em dados. Mas em paralelo e de forma contínua precisamos fortalecer questões como elaborar perguntas chave, definir objetivos em relação aos dados, aprofundar em conceitos estatísticos e matemáticos.
Tão importante quanto isso, também é mais que necessário dialogar sobre o uso ético e legal dos dados, que serve para o presente e servirá para o futuro da humanidade.
Este artigo de Stefano Carnevalli foi publicado Inicialmente em EA Magazine (nov/2024)
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