𝐃𝐚𝐭𝐚 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐲𝐭𝐞𝐥𝐥𝐢𝐧𝐠 é 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬.

𝐃𝐚𝐭𝐚 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐲𝐭𝐞𝐥𝐥𝐢𝐧𝐠 é m𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐚𝐥é𝐦 𝐝𝐨𝐬 𝐠𝐫á𝐟𝐢𝐜𝐨𝐬, data storytelling é 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬.

Quando falamos em Data Storytelling, muitos pensam apenas em gráficos bonitos e dashboards sofisticados. Mas a verdade é que Data Storytelling vai muito além disso: ele é sobre planejamento, análise de dados e, principalmente, comunicação. Mesmo que utilizemos máquinas, códigos e algoritmos, essa comunicação sempre acontece entre pessoas. É por isso que defendo que Data Storytelling é sobre pessoas.

Por mais que a tecnologia seja essencial, são as pessoas que dão sentido aos dados. Em uma empresa, diferentes áreas têm funções complementares: analistas transformam dados brutos em informações, gestores interpretam essas informações para definir estratégias, e líderes tomam decisões que impactam o negócio. Cada etapa depende de colaboração e clareza, pois sem alinhamento entre quem coleta, analisa e decide, os dados perdem valor.

Por que Data Storytelling é sobre pessoas?

O processo do Data Storytelling (história dos dados) envolve diálogo. Isso significa que incentiva as pessoas a dialogarem sobre os dados, sobre os objetivos de negócio, sobre o que é importante destacar e, principalmente, sobre o que fazer com os insights obtidos.

Nesse contexto, o planejamento é a espinha dorsal do Data Storytelling. Sem ele, a narrativa se perde em gráficos soltos e análises desconectadas. Planejar significa definir objetivos claros, entender quem é a audiência e mapear quais perguntas precisam ser respondidas. É nesse momento que podemos utilizar o Data Storytelling Canvas, que faz parte da metodologia ágil para contar a história dos dados.

Com o planejamento estruturado, a análise deixa de ser um processo puramente técnico e passa a ser orientada pelo contexto. Não analisamos dados por analisar; buscamos padrões que respondam às perguntas do negócio. A metodologia ágil ajuda a priorizar hipóteses, validar informações e eliminar ruídos, garantindo que os dados sejam tratados com foco na história que precisa ser contada.

Esse é um momento importante, onde os envolvidos devem opinar, esclarecer dúvidas, e principalmente, questionar o resultado dos dados. Planejar a história dos dados é a parte mais empolgante e necessária de todo processo. Nesse momento descobrimos insights relevantes que orientaram ação.

Entregando comunicação com impacto

Por fim, a comunicação é onde tudo se conecta. A narrativa deve ser clara, visualmente acessível e adaptada à linguagem da audiência. Isso inclui escolher visualizações adequadas, destacar insights principais e usar títulos explicativos. A metodologia ágil reforça que a entrega não é estática: ela pode ser ajustada conforme o público, o feedback, mantendo a narrativa viva e relevante.

Para tornar a narrativa de dados mais envolvente e ágil, adaptei a clássica Jornada do Herói para o contexto corporativo. Em vez de uma história épica, temos uma estrutura prática com sete passos que ajudam a organizar a comunicação e dar ritmo à apresentação: Introdução, Conflito, Recusa do Chamado, Ajuda Necessária, Superação, Grande Virada e Conclusão. Essa abordagem permite que a audiência se conecte emocionalmente com os dados, entendendo não apenas “o que aconteceu”, mas “por que isso importa” e “o que fazer a seguir”.

A versão tradicional da Jornada do Herói é extensa e voltada para narrativas literárias ou cinematográficas. Ao simplificar para sete passos, criamos um framework rápido e aplicável ao dia a dia corporativo, sem perder a essência da história. Cada etapa tem um papel claro: a Introdução contextualiza, o Conflito mostra o problema, a Recusa evidencia barreiras, a Ajuda traz insights, a Superação apresenta soluções, a Grande Virada revela o impacto e a Conclusão direciona para a ação. Assim, transformamos dados em histórias que engajam e aceleram decisões.

A Jornada do Herói adaptada para Data Storytelling não é apenas uma estrutura narrativa; ela é um processo colaborativo. Essa interação cria alinhamento e engajamento, pois todos compreendem não apenas os dados, mas a história que eles contam.

Além disso, essa abordagem facilita a compreensão e retenção da mensagem, tornando a narrativa mais clara e memorável. Ao seguir os sete passos, a audiência é conduzida de forma lógica e emocional, entendendo o problema, as barreiras, as soluções e, principalmente, qual ação precisa ser tomada. É assim que transformamos dados em significado e ação.


Stéfano Carnevalli atua como Data Storyteller e CDAO do grupo Data Bio Tec, ministra cursos há mais de 7 anos sobre Data Storytelling. Conheça mais sobre os treinamentos e conteúdos, acesse: Data Storytelling – contando e planejando história dos dados

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